quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

TROPEÇOS NA SINTONIA DA DANÇA DO DESENVOLVIMENTO

                Há uma graça na infância, na dança de interações reciprocas que ocorrem entre a criança e seu mundo que a ama e apoia. Mas da mesma forma como a elegância do melhor balé pode ser estragada por uma pirueta de pés  chatos caindo em um elevador, o desenvolvimento pode sofrer com erros na dança de sintonia das relações. Mesmo quando alguma coisa vai errada, a dança precisa continuar no ritmo da música, mas uma tensão subjacente não permite que a audiência ou o dançarino relaxem. Assim também quando as interações de amor entre os pais e a criança são interrompidas, tensão e ansiedade impedem o desenvolvimento adequado da saúde emocional e relacional da criança.
Pais moldam a maturação de uma criança pequena através de um significativo sistema de comunicação, provendo a criança com pistas que guiam as interações. Em condições ideais, a criança interpreta a mão orientadora dos pais e responde apropriadamente. Os pais por sua vez, entendem o comportamento da criança e dão o passo seguinte em um sistema bem coreografado de interação. Essa “dança em sintonia cíclica" cria um sistema de relações primárias equilibradas que introduzem a criança em um confiante e fidedigno mundo que a habilita a correr riscos e crescer.
Problemas nos dois lados da equação, entretanto, podem romper a relação crescente entre pais e filhos. A qualidade parental varia profundamente desde uma relação  confortável e confiante, até o outro extremo com pais ansiosos e depressivos. As grandes diferenças na eficiência dos pais reside na facilidade com que a mãe ou pai orquestram o diálogo entre eles e seus filhos, também influenciada pela habilidade da criança interpretar, interagir e responder às pistas dos pais.
Tudo isso se torna mais complexo quando o pequenino mundo da criança é levado em consideração. Cerca de um terço das crianças expostas antes de nascer a álcool ou drogas, são colocadas em instituições ou em lares de adoção sem preparo para suprir as suas necessidades. Famílias adotivas começam suas relações com essas crianças às vezes abrigando expectativas irreais, sem consciência dos desafios que virão adiante. A falta de um sistema de apoio para essas famílias apenas aumenta a probabilidade de relações parentais inapropriadas e repetem o movimento da criança com o sistema.  Regras que regem o bem-estar da criança podem levar as crianças biologicamente vulneráveis ​​a sofrer mais danos psicológicos em uma casa, por causa de  negligência inconsciente da família que a adotou. 

Texto do livro "THE MYSTERY OF RISK"  de Ira J. Chasnoff editora NIT UPSTREAM

Nenhum comentário:

Postar um comentário