terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

Tratamento voluntário


Tratamento voluntário
Quando o tratamento em regime ambulatorial não surtiu efeito esperado, o próximo passo é o regime de internação voluntária, isto é, com a aceitação do dependente. Infelizmente é comum os pacientes dizerem que estão engajados nessa forma de tratamento, a fala “estou fazendo terapia, estou me tratando*, é usada como justificativa para evitar a internação.
A dependência química é doença crônica, incurável, progressiva e potencialmente fatal, seu tratamento depende principalmente da decisão do dependente, e decidir pelo tratamento, é decidir pelo abandono do uso das drogas, com muita frequência, existe aí um conflito! A motivação para o tratamento nem sempre é algo espontâneo, nem sempre acontece pelos caminhos “do amor”, na maior parte das vezes, ocorre pela pressão de familiares, pela falta de opção, e a fuga de consequências de atitudes tomadas para buscar a droga e isso é totalmente válido. Não tratar é deixar o dependente à própria sorte.
Para o tratamento voluntário, o dependente deve manifestar seu consentimento e aceitação. Esse tipo de tratamento é desenvolvido em lugares denominados “Comunidades Terapêuticas”. Infelizmente é frequente que não haja estrutura adequada. Muitos desses centros são coordenados e dirigidos por dependentes em abstinência sem nenhum preparo profissional. Na Internet encontra-se inúmeras propagandas, mas a busca deve começar pela indicação do profissional que trata o dependente, ou por recomendação de pessoas que já passaram por tratamento.
Deve haver uma estrutura profissional mínima composta por Médico Psiquiatra ou Clínico e Psicólogos especialistas em dependência química, estrutura de enfermagem completa, 24 horas, com enfermeiro coordenando técnicos em enfermagem todos especialistas em saúde mental e no manejo de complicações advindas do abuso de drogas. Deve ou pode haver monitores devidamente qualificados. A duração desse tipo de tratamento varia de 30/45 dias, para desintoxicação, até 90/120 dias.
Como a estrutura para atender casos de emergência é complexa deve haver planos bem definidos para esses casos, hospitais próximos para onde se possam levar os pacientes, bem como veículos adequados para esse transporte.
Existem pacientes que precisam ser contidos em determinadas situações, essa área deve ter estrutura adequada que vise à segurança do paciente, com móveis presos no chão, grades e sem nada que possa ser usado para se ferir.
A família deve ter acesso, não só a toda a estrutura do lugar, como também contato com outros internos, para que haja segurança a respeito do tratamento. As cláusulas do contrato devem ser claras e a família não pode ficar sem contato com o dependente, mesmo que por telefone, em  nenhuma hipótese. Desrespeito às normas pelo paciente não pode ser justificativa para essa prática.
  Existem lugares onde se pode obter informações, um deles é a FEBRACT, Federação Brasileira de Comunidades Terapêuticas. Para se filiar à FEBRACT os centros de tratamento são fiscalizados e cumprem as normas obrigatórias.
Quando um dependente aceita ser internado, a família deve lembrar-se  que com todas as dificuldades na dinâmica familiar, todos precisam adquirir uma nova e saudável estrutura. Embora exista grande cansaço, não é momento de “férias”, é hora de todos se tratarem para fazerem mudanças na volta do dependente.  A orientação familiar, ou pelo menos parte dela deve ser fornecida pelo centro de tratamento e as famílias podem ser encaminhadas a grupos de autoajuda, como o Amor-Exigente e o Nar-anon.  (assunto de próximos meses) Quando as atitudes permanecem sem mudança, esperar resultados diferentes é insanidade.
No SUS, o atendimento deve ser procurado nos CAPS-AD Centro de atenção psicossocial; CRATOD - Centro de Referência de Álcool, Tabaco e Outras Drogas; infelizmente nem sempre existem vagas suficientes, como em todos os outros serviços públicos de saúde em nosso país. Nesse caso, o Ministério Público pode ser procurado.  Em cidades onde haja universidades de medicina, é frequente a existência de serviços de atendimento ao dependente, como a UNIAD - Unidade de Pesquisas em Álcool e Drogas, da UNIFESP; o CAISM, Centro de Atenção Integrada à Saúde Mental, da Santa Casa, e o GREA - Programa Interdisciplinar de Estudos de Álcool e Drogas da USP.
Com tudo isso, é preciso lembrar que a internação é apenas uma parte do tratamento. Ninguém conclui uma internação curado! Não existe cura para a dependência, existe tratamento com êxito, quando desenvolvido por profissionais qualificados. O momento mais difícil para todos é o primeiro dia na rua, e os recursos do tratamento ambulatorial devem ser novamente procurados, para a continuidade do processo. 

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

pergunteaopsicologo: Faça de seu amor, o definitivo!

pergunteaopsicologo: Faça de seu amor, o definitivo!: Amar é em última instância, o resultado de parceiros mesclarem seus cérebros de uma maneira positiva.  Os circuitos de memória e prazer qu...

Faça de seu amor, o definitivo!


Amar é em última instância, o resultado de parceiros mesclarem seus cérebros de uma maneira positiva.  Os circuitos de memória e prazer quando vivemos algo junto com outras pessoas, são habilitados de modo que a outra pessoa passa a fazer parte integral da estrutura de seu cérebro, e você  da estrutura do cérebro dela na memória e no circuito do prazer. Aqui estão doze passos para fazer de seu amor, o último: 
Tire o fôlego de seu parceiro: Faça algo incrivelmente amável e fora do comum. E que seja uma surpresa para ele: um bilhete  amoroso escondida em um bolso, um jantar especial em uma noite que seria comum, uma  lista com suas canções favoritas. Esses atos serão incorporados em sua memória.
Faça algo especial regularmente: Ligue para ele todos os dias para fazer o seu sistema nervoso se  acostumar a ouvir a sua voz, faça sua refeição favorita, uma vez por semana, quando ele começar a esperar por essas coisas, você estará gravada no cérebro dele, no circuito de suas memórias, de sua consciência.
Olhem se muito nos olhos: Novos amantes fazem isso naturalmente, mas não mantem isso quando a relação se torna mais forte. Isso é a forma de manter seu romance vivo e especialmente poderoso quando faz amor.
Aprenda sobre o que agrada seu parceiro sexualmente: Deixe claro que o prazer dele é seu prazer, e que você quer descobrir tudo a respeito do que o faz sentir prazer. Ele ficará feliz em experimentar com você.
Ensine a seu parceiro sobre o que você gosta: Para a maioria dos parceiros, agradar você o  faz sentir bem consigo mesmo. E a pesquisa mostra que o prazer sexual de um parceiro aumenta o prazer do outro parceiro.
Aumente a duração do amor  com novidade  - Quando as coisas ficam monotonia e rotineiras ,  a reação hormonal / e a liberação de neurotransmissores ligados ao prazer é menor. Um pouco novidade e expectativa faz com que mais hormônios sejam secretados e um sexo mais emocionante é o resultado.
Faça alguma coisa radical- Se você aumentar a frequência cardíaca de  seu parceiro, ele pode associar você e a a sensação de excitação  e pode desenvolver sentimentos mais poderosos por você. Andando de montanha-russa, fazendo  um passeio de balão, descendo as corredeiras de um rio - tudo com um toque de perigo para ele - pode fazê-lo cair mais profundamente de  amor por você.
Use todos os sentidos - Seu parceiro tem cinco sentidos. Faça valer sua presença em cada um deles. Para a visão, use roupas que você sabe que ele gosta, adicione o brilho suave da luz do fogo nos seus encontros. Para o som, fale em um tom agradável, e toque a música que você sabe que ele gosta. Para contato, saiba o que lhe agrada quando vocês estão próximos. Mas mesmo quando você está apenas passando o tempo juntos, tocá-lo enquanto você está falando, passar a mão em seu braço como você andar junto com ele, dar-lhe beijos afetuosos. Pelo gosto, certifique-se de sua boca tem gosto bom quando você beijá-lo. E o cheiro é extremamente importante, pois está ligado à parte mais primitiva do cérebro. Use perfumes que marquem a sua presença, e ele se lembre cada vez que os sentir de novo. 
Fazer algo grande para seu parceiro - Se você mostrar bondade e amor por alguém que ama, você ganhará pontos importantes. Quando você entra em um relacionamento, você também entrar em um relacionamento com toda a sua família e amigos. Mostre-lhe que as pessoas que são importantes para ele são importantes para você.
Resumir e imortalizar momentos amorosos - Não tenha medo de dar voz ao seu amor. Diga-lhe como você se sente. Escreva uma nota de amor ou poema. Os amantes vêm fazendo isso desde o início do tempo, é porque funciona.
Aprenda com Papagaios - Barbara Wilson é um neurologista que mantém e treina papagaios. Ela diz que eles têm ensinado aos seus papagaios importantes lições sobre relacionamentos que muitos seres humanos poderiam se beneficiar: Partilhe a sua comida com a pessoa que você ama cante constantemente, construam ninhos juntos, e repitam as palavras e ações do outro. 
Aumente a química do Amor - Há várias substâncias químicas cerebrais ligadas ao sentimento de amor e apego. A ocitocina é conhecida como o hormônio  da união, confiança do afago. A oxitocina é aumentada assistindo a filmes românticos juntos, de mãos dadas, abraçando, e pelo contato visual amoroso. As mulheres geralmente têm mais oxitocina que os homens, mas de acordo com um estudo, o nível de um homem de oxitocina aumenta em 500 por cento depois de fazer amor. Estar ocupado demais para fazer amor  separa os casais .  
Há um outro produto químico chamado feniletilamina do amor, ou PEA, que funciona no interior  do cérebro para alertar que algo divertido está prestes a acontecer. O chocolate amargo aumenta o PEA, assim como amêndoas e queijo. Queijo na verdade, contém mais PEA do que chocolate. Então, vá em frente: sirva  queijo francês de sobremesa no Dia dos Namorados e veja o que acontece ...

DANIEL G. AMEN, M.D. 

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

TROPEÇOS NA SINTONIA DA DANÇA DO DESENVOLVIMENTO

                Há uma graça na infância, na dança de interações reciprocas que ocorrem entre a criança e seu mundo que a ama e apoia. Mas da mesma forma como a elegância do melhor balé pode ser estragada por uma pirueta de pés  chatos caindo em um elevador, o desenvolvimento pode sofrer com erros na dança de sintonia das relações. Mesmo quando alguma coisa vai errada, a dança precisa continuar no ritmo da música, mas uma tensão subjacente não permite que a audiência ou o dançarino relaxem. Assim também quando as interações de amor entre os pais e a criança são interrompidas, tensão e ansiedade impedem o desenvolvimento adequado da saúde emocional e relacional da criança.
Pais moldam a maturação de uma criança pequena através de um significativo sistema de comunicação, provendo a criança com pistas que guiam as interações. Em condições ideais, a criança interpreta a mão orientadora dos pais e responde apropriadamente. Os pais por sua vez, entendem o comportamento da criança e dão o passo seguinte em um sistema bem coreografado de interação. Essa “dança em sintonia cíclica" cria um sistema de relações primárias equilibradas que introduzem a criança em um confiante e fidedigno mundo que a habilita a correr riscos e crescer.
Problemas nos dois lados da equação, entretanto, podem romper a relação crescente entre pais e filhos. A qualidade parental varia profundamente desde uma relação  confortável e confiante, até o outro extremo com pais ansiosos e depressivos. As grandes diferenças na eficiência dos pais reside na facilidade com que a mãe ou pai orquestram o diálogo entre eles e seus filhos, também influenciada pela habilidade da criança interpretar, interagir e responder às pistas dos pais.
Tudo isso se torna mais complexo quando o pequenino mundo da criança é levado em consideração. Cerca de um terço das crianças expostas antes de nascer a álcool ou drogas, são colocadas em instituições ou em lares de adoção sem preparo para suprir as suas necessidades. Famílias adotivas começam suas relações com essas crianças às vezes abrigando expectativas irreais, sem consciência dos desafios que virão adiante. A falta de um sistema de apoio para essas famílias apenas aumenta a probabilidade de relações parentais inapropriadas e repetem o movimento da criança com o sistema.  Regras que regem o bem-estar da criança podem levar as crianças biologicamente vulneráveis ​​a sofrer mais danos psicológicos em uma casa, por causa de  negligência inconsciente da família que a adotou. 

Texto do livro "THE MYSTERY OF RISK"  de Ira J. Chasnoff editora NIT UPSTREAM