quarta-feira, 29 de agosto de 2012


Dependência Química – Tratamento I
O primeiro passo em busca de tratamento para um dependente é encontrar um profissional especialista que irá fazer a avaliação da crise e determinar quais são as medidas necessárias para a situação. Essas medidas podem ir desde uma internação involuntária até o tratamento ambulatorial e o acompanhamento do paciente em casa.
Frequentemente os familiares vão buscar informações na internet. Essa é uma fonte que pode trazer informações confiáveis e pode também ser sede de arapucas. Essa busca leva a sites de clínicas que em sua maioria não são confiáveis. O tipo de serviço necessário vai determinar a estrutura do centro de tratamento. Quanto mais séria a situação, maior é e estrutura necessária.
Para o paciente que aceita o tratamento, o primeiro passo é procurar um psicólogo ou psiquiatra especializado em dependência química, para ser feita a avaliação. Na maior parte das vezes, é necessária a prescrição de medicamentos para ajudar a passar pelos primeiros momentos de abstinência, e mesmo para tratar outros transtornos que possam ter surgido em função do uso de drogas. Isso é muito frequente. Esse acompanhamento, quando existe adesão do paciente, pode ser feito em regime ambulatorial, em casa, com a supervisão do psiquiatra.
Existem abordagens de psicoterapia eficientes para esse tipo de paciente, não é qualquer abordagem que surte efeito. A mais eficaz é a Terapia Cognitivo Comportamental que trabalha nos aspectos biológicos, psicológicos e sociais que determinam o comportamento. Os indivíduos atribuem significado aos aspectos de sua vida, com base nisso comportam-se de determinada maneira e imaginam diferentes possibilidades para seu futuro e sobre sua identidade. Essas respostas podem ser peculiares, derivadas das experiências do indivíduo, tornando a interpretação dos fatos da vida mal adaptativa ou disfuncional. O objetivo da terapia seria fornecer estratégias capazes de corrigir estes conceitos com relação à suas consequências e funcionalidade.
A família também precisa de tratamento, pois não há como conviver com um dependente sem ser contaminado emocionalmente.  Os familiares não sabem como administrar as situações do cotidiano, podendo criar complicações ao estilo de vida disfuncional do dependente ”facilitações”, ou mesmo desconsiderar seu progresso no tratamento, tratando-o como único responsável pelas dificuldades de todos. Cada um precisa assumir sua cota de responsabilidade pela dinâmica familiar disfuncional. A mudança estrutural precisa ser o mais ampla possível, e os estudos acadêmicos mostram que quando toda a família se compromete com o tratamento, o resultado é muito melhor.
Senão houver progressos com essa forma de tratamento, é preciso buscar outra em um centro especializado. Esse é o assunto do próximo texto.