Neuropsicologia da dependência química
As células do sistema nervoso não são conectadas
diretamente, a comunicação entre ela acontece através de substâncias chamadas
neurotransmissores. São substâncias químicas que funcionam como chaves que
abrem fechaduras, levando as mensagens de um neurônio para o outro. O estímulo
faz com que o neurotransmissor seja liberado no espaço entre um neurônio e o
outro no espaço chamado fenda sináptica. Sinapse é a comunicação entre os
neurônios.
Cada área do nosso cérebro é responsável por uma função, a
área que é ativada quando se usa drogas, é a chamada “sistema de recompensa”
que envolve qualquer sensação de prazer. Quando praticamos alguma atividade que
provoque prazer, os neurotransmissores são liberados nesse espaço estimulando o
circuito do prazer.
Os neurotransmissores são fabricados à partir de substâncias
encontradas na alimentação entre outras.
Existe um limite para essa fabricação, se eles forem gastos muito
rápido, a reposição não ocorre na mesma velocidade.
Quando uma pessoa usa drogas, ocorre uma liberação muito
intensa e rápida de neurotransmissores na fenda sináptica, é essa forma de
liberação que é responsável pela sensação intensa de prazer que a droga
provoca. Da mesma forma, esse sensação é igualmente rápida.
Tudo o que fazemos que ativa o circuito do prazer tende a se
repetir. Se a ativação é intensa, maior a probabilidade de que o comportamento se repita. Como os
neurotransmissores não são repostos na mesma velocidade, aparecem as sensações
ruins que a ausência da droga provoca. Nesse
ponto, dizemos que está instalada a dependência. A pessoa usa não mais pelo
prazer provocado pela droga, mas para cessar o desconforto que sua ausência
provoca. Essas sensações chamam-se fissura ou craving.
O sistema de recompensa é formado por estruturas diversas
que tem funções de prazer; senso das responsabilidades sociais, capacidade
de concentração, planejamento e de abstração. Também está localizado nesse
circuito o centro identificador do perigo, gerando medo e ansiedade e a
situação de alerta, aprontando a pessoa para fugir ou lutar. Outra estrutura atua como
um ‘detector de coincidência’, capaz de se ativar em situações de conduta com
valor adaptativo. A ativação reforça sequências motoras ‘dirigidas a um fim’.
No caso de uso de drogas, o fim é usar.
O cérebro não “sabe” se o comportamento é bom ou ruim, isso
é um conceito de valor colocado pelo homem, a adaptação ocorre em qualquer
situação, nesse caso, reforçando o uso e abuso de drogas.
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