terça-feira, 25 de outubro de 2011

Felicidade x Prazer


Felicidade X Prazer

            As mudanças ocorridas na sociedade nos últimos tempos levaram a uma valorização desproporcional do estado de alegria constante, estar alegre quase que passou a ser uma obrigação, e não estar quase chega a ser sintoma de doença, de depressão.
            Nessa batida somos forçados a nos sentir sempre bem, estar sempre com um sorriso nos lábios, momentos de recolhimento e dor, antes considerados normais, agora são condenados. Ninguém pode sofrer nesse mundo. 
            Somos forçados a entender felicidade, prazer e alegria como sinônimos, e eles definitivamente não são. Felicidade é um estado interno, muitas vezes proporcionado por momento de desprazer e dificuldade. Um dos ícones do que pode ser considerado “felicidade”, não apenas hoje, mas que é um conceito que sempre existiu é ter filhos. Escritores em todas as formas proclamam em prosa e verso a felicidade de uma mãe ter seu filho nos braços e acalentá-lo. Quando alguém pensa em ter filhos, quase sempre se depara apenas com o “lado bom” da situação, sem pensar nas muitas horas de dificuldades que cada fase da vida de seu filho trará. 
Quem é que, em sã consciência pode dizer que é um prazer, ou mesmo uma alegria sair de uma cama quentinha em uma noite de frio para levar um bebê ao PS quando isso é necessário? E se no dia seguinte essa pessoa tiver uma reunião de trabalho importante, para a qual se preparou durante semanas? E qual é o sentimento no dia seguinte, quando a criança abre os olhinhos e sorri sentindo-se bem? As principais conquistas de felicidade acontecem após períodos de dificuldades e mesmo de dor. Não há como evitar que problemas aconteçam.


 Nunca se receitou tanto antidepressivo como hoje, o que nos leva a questionar o conceito de doença, tristeza e o de felicidade.  O que é felicidade? É a combinação de substâncias químicas no sistema nervoso, ou é uma conquista, um estado de espírito? Sentir tristeza faz parte da vida, damesma maneira que sentir prazer, ambos são igualmente importantes para a saúdemental.    Tristeza e angústia fazem parteda vida e ajudam a crescer como pessoas,elas devem provocar um movimento de aumento da capacidade de pensar e decidir,e não anestesiar.
Tomar um antidepressivo não tem relação com a felicidade, que é um conceito pessoal e muda com o passar do tempo. Tomar antidepressivo é a atitude que deve ser tomada quando alguém tem depressão,          que é uma doença, catalogada pela Organização Mundial da Saúde, deve ser acompanhada por um médico, especialista em Saúde Mental, como acontece quando outras doenças se instalam.

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