Dependência Química – Tratamento I
O primeiro passo em busca de tratamento para um dependente é encontrar
um profissional especialista que irá fazer a avaliação da crise e determinar
quais são as medidas necessárias para a situação. Essas medidas podem ir desde
uma internação involuntária até o tratamento ambulatorial e o acompanhamento do
paciente em casa.
Frequentemente os familiares vão buscar informações na internet. Essa é
uma fonte que pode trazer informações confiáveis e pode também ser sede de
arapucas. Essa busca leva a sites de clínicas que em sua maioria não são
confiáveis. O tipo de serviço necessário vai determinar a estrutura do centro
de tratamento. Quanto mais séria a situação, maior é e estrutura necessária.
Para o paciente que aceita o tratamento, o primeiro passo é procurar um
psicólogo ou psiquiatra especializado em dependência química, para ser feita a
avaliação. Na maior parte das vezes, é necessária a prescrição de medicamentos
para ajudar a passar pelos primeiros momentos de abstinência, e mesmo para
tratar outros transtornos que possam ter surgido em função do uso de drogas.
Isso é muito frequente. Esse acompanhamento, quando existe adesão do paciente,
pode ser feito em regime ambulatorial, em casa, com a supervisão do psiquiatra.
Existem abordagens de psicoterapia eficientes para esse tipo de
paciente, não é qualquer abordagem que surte efeito. A mais eficaz é a Terapia
Cognitivo Comportamental que trabalha nos aspectos biológicos, psicológicos e
sociais que determinam o comportamento. Os indivíduos atribuem significado aos aspectos
de sua vida, com base nisso comportam-se de determinada maneira e imaginam diferentes
possibilidades para seu futuro e sobre sua identidade. Essas respostas podem
ser peculiares, derivadas das experiências do indivíduo, tornando a interpretação
dos fatos da vida mal adaptativa ou disfuncional. O objetivo da terapia seria
fornecer estratégias capazes de corrigir estes conceitos com relação à suas consequências
e funcionalidade.
A família também precisa de tratamento, pois não há como conviver com
um dependente sem ser contaminado emocionalmente. Os familiares não sabem como administrar as
situações do cotidiano, podendo criar complicações ao estilo de vida
disfuncional do dependente ”facilitações”, ou mesmo desconsiderar seu progresso
no tratamento, tratando-o como único responsável pelas dificuldades de todos.
Cada um precisa assumir sua cota de responsabilidade pela dinâmica familiar
disfuncional. A mudança estrutural precisa ser o mais ampla possível, e os
estudos acadêmicos mostram que quando toda a família se compromete com o
tratamento, o resultado é muito melhor.
Senão houver progressos com essa forma de tratamento, é preciso buscar
outra em um centro especializado. Esse é o assunto do próximo texto.
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