sábado, 3 de dezembro de 2011


Efeitos endócrinos e metabólicos adversos da segunda geração de antipsicóticos em crianças e adolescentes:
Autores: De Hert, M, Dobbelaere, M, Sheridan, EM .. (et.al)

Antipsicóticos de segunda geração (ASGs) são utilizados mais frequentemente do que nunca em crianças e adolescentes com transtornos psicóticos e uma grande variedade de distúrbios não psicóticos. Embora vários ASG tenham sido aprovados pelas autoridades reguladoras para indicações pediátricas em vários países, ainda são usados fora das indicações aprovadas.
Esse estudo foi revisou e avaliou criticamente a literatura existente sobre efeitos cardiometabólicos e endócrinológicos de ASGs em crianças e adolescentes, através de uma pesquisa bibliográfica no Medline / Pubmed / Google Scholar para identificar ensaios clínicos  randomizados antipsicótico/ placebo em crianças e adolescentes com idade menor do que18 anos, 
publicados até fevereiro de 2010,. [i]
Foram identificados 31 estudos randomizados/controlados com um total de 3.595 pacientes pediátricos. A análise destes dados confirma que existem  efeitos colaterais associados com ASG endócrinológicos e cardiometabólicos relevantes e, em crianças e adolescentes, os antipsicóticos mostram uma tendência de alta para induzir a hiperprolactinemia[ii], ganho de peso e alterações metabólicas associadas. Mesmo só os dados sobre a mudança de peso são suficientes para realizar uma análise formal.
Em 24 estudos envolvendo um total de 3.048 pacientes pediátricos de várias idades e diagnósticos, a drogas ziprasidona foi associada com menor alteração no peso, seguida pelo aripiprazol, quetiapina e risperidona, com valores intermediários, enquanto a olanzapina foi um dos associados com maior ganho de peso O ganho de peso significativo foi mais prevalente em pacientes com transtorno autista, provavelmente, mais jovens e com menor exposição aos antipisicóticos antes do estudo. Estes dados sugerem claramente que justifica-se a uma triagem e um acompanhamento rigoroso efeitos metabólicos secundários potenciais e sempre que possível devem ser utilizados medicamentos de primeira geração que causam menos problemas do ponto de vista de risco cardiometabólico.
A boa colaboração entre psiquiatras e psicólogos da infância e adolescência, clínicos gerais e pediatras é essencial para otimizar o desempenho global e reduzir a probabilidade de mortalidade infantil prematura por problemas cardiovasculares.
Para acessar o texto completo www.elsevier.es/es/revistas/psiquiatria-biologica--46




[i] Ensaio randomizado antipiscótico/placebo é um estudo em que metade dos pacientes toma o medicamento e a outra metade toma um comprimido, ou uma drágea que não contem a substãncia estudada. Nem o médico sabe quem está tomando o medicamento e quem não está. Só depois esse dado é revelado, para que não interfira no resultado do estudo.
[ii] Aumento da prolactina, que é o hormônio que estimula a produção de leite.

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