sábado, 10 de dezembro de 2011

Comportamento adictivo


Dependência não química

A pessoa que desenvolve dependencia química organiza toda a sua vida em termos dela. É bem conhecido efeito característico do estado de “estar sob efeito”, "estar alto" experimentado pela  maioria das pessoas usuárias de substâncias. Isso ocorre porque as drogas têm o potencial de aumentar níveis de dopamina no cérebro. Os farmacodependentes, pois, se acostumaram às  altas concentrações de dopamina no metabolismo neuronal. Mas a dependência  não pode ser limitada exclusivamente ao uso de substãncias. Há também hábitos comportamentais, inofensivos à primeira vista, que  podem trabalhar em direção a um perfil patológico da dependência. Tudo vai depender da intensidade, freqüência, quantidade ou grau de interferência que causam na vida da pessoa. Qualquer comportamento que é prazeroso pode desenvolver dependência.
Olhando para a dependência psicológica do ponto de vista social, é preciso  destacar dois aspectos. O primeiro é um erro considerar a dependência como um vício.O vício é uma categoria moral, enquanto que a dependência é um transtorno mental. O segundo, indicam que pode-se argumentar que há uma continium onde você coloca diferentes dependências em termos de percepção social íveis de rejeição com que são referidas:
  •   infracções (exibicionismo)
  • mau hábito (shopping)  
  • doença (jogo patológico)
A percepção social é diferente, dependendo dos diferentes tipos de vícios. Todos são avaliados como negativos, mas o grau de dependência varia. O nível mais alto de rejeição social estáligado ao comportamento adictivo considerado como um crime como por exemplo atentado ao pudor. Em um ponto intermediário de desaprovação, encontra-se o comportamento que é considerado como uma doença como o jogo patológico, por exemplo. No ponto de menor rejeição encontra-se aqueles comportamentos que são considerados apenas como um mau hábito como o de trabalhar, consumir  de alimentos, ou comprar.
Estas percepções sociais têm diferentes implicações para a possível necessidade tratamento, o controle esperado da pessoa e da percepção da gravidade da conseqüências.
As fronteiras entre o comportamento normal e os comportamentos anormais  são claras. Na dependência de substâncias há tolerância (a necessidade de realizar tais atividade com mais frequência) e abstinência (desconforto quando não feito). Outras características que diferenciam o comportamento normal de comportamentos de dependência seriam o aumento da frequencia com que esses comportamentos ocorrem, o desejo de controlar realização deste comportamento, diminuir o tempo gasto, em detrimento de atividades importantes e gratificantes, e tal conduta continuar a ocorrer, apesar do dano que causa.
Assim, tanto a dependência de substâncias substâncias como comportamentos adictivos, a perda de controle, bem como o uso repetido e persistente deles e seu foco de vida na atividade são características presentes. Portanto, qualquer comportamento que é normal agradável tende a se repetir, e isso aumenta a probabilidade de tornar-se adictivo.
Etiologia da dependência psicológica.
Parece haver certas características de personalidade ou estados emocionais que aumentam vulnerabilidade psicológica para comportamentos adictivos não químicos, entre os quais incluem o seguinte:
- Impulsividade.
- Humor disfórico.
- Intolerância a estímulos desagradáveis, tanto física como psicológica.
- Baixa auto-estima.
- Incompetência para enfrentar as  para as dificuldades diárias.
- Egocentrismo.
Deve-se acrescentar a falta de afeto consistente, de modo que o indivíduo tentaria preencher esta lacuna através de sua adicção. Além disso, o fato de que uma pessoa se sentir frustrada em várias áreas de sua vida, terá a alta probabilidade de concentrar a atenção em uma delas, colocando a área em risco de desenvolver a dependência. Portanto, cultivar um maior número de interesses pode estimular uma visão mais positiva e satisfação com a vida cotidiana. Conclusão:  um indivíduo vulnerável com uma personalidade disfuncional  e uma fraca coesão familiar, apresenta um alto risco de se tornar dependente se, além disso, é acostumados com a recompensas imediatas, não há disponibilidade do objeto de sua dependência  sendo pressionado pelo grupo,  exposto a estressores (fracasso escolar, frustração afetiva,  vazio existencial ou inatividade, isolamento social, falta de objetivos tem uma alta chance de desenvolver um padrão de comportamento adictivo. 
O aparecimento destes comportamentos de dependência é causado pela presença de reforçadores positivos, o que controlam este comportamento: isto é, o comportamento em si é  agradável. No entanto, como a dependência é estabelecida e começa a aparecer a síndrome de abstinência, a manutenção da dependência  é realizada por reforçadores negativos, isto é, o alívio do desconforto na ausência do comportamento, como ocorre em dependência química.
Este é o momento em que o indivíduo demonstra uma forte dependência psicológica ao comportamento em questão, expressa ansiedade, perde o interesse em outras atividades também gratificantes e é incapaz de controlar a conduta, mesmo que esteja causando danos. Como resultado de tudo isso, o comportamento de dependência torna-se automático, emocionalmente ativado, com pouco controle sobre o sucesso ou fracasso da decisão. O dependente pesa os benefícios da gratificação instantânea, mas não observa  as possíveis conseqüências negativas a longo prazo.
Os estímulos condicionados desempenham um papel importante na manutenção da dependência psicológica. Ou seja fatores ligados ao comportamento, que  podem variar como : o som ou luzes de uma máquina caça-níqueis para o jogador, o cheiro de comida na dependência alimentar, propagandas no caso de shopaholic, etc.
Ao contrário, os estímulos internos  são muito semelhantes em todas as depend~encias sendo  o mais importante a disforia, na qual o dependente  tende a cair quando está doente ou deprimido.

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